**** Mais vale morrer de pé que passar toda a vida de joelhos **** Myspace Scrolling Text Creator

terça-feira, janeiro 20, 2009


Um Presidente do Basket pela mudança na Casa Branca

Barack Obama é a partir de terça-feira o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América, concretizando em parte a mensagem de mudança que defendeu perante o país. Considerado um conciliador carismático, Obama, 47 anos, anunciou oficialmente a 10 de Fevereiro de 2007 a sua candidatura à nomeação democrata para as eleições presidenciais norte-americanas e conseguiu ultrapassar uma concorrente como Hillary Clinton, algo difícil de imaginar antes do início da campanha. Depois, foi a vez de o candidato republicano John McCain ser vencido na eleição de Novembro, em que Obama conquistou 53 por cento do voto popular e obteve uma larga maioria no colégio eleitoral. Tendo sido eleito como senador pelo Estado de Illinois em Novembro de 2004, Obama reconheceu na apresentação da sua candidatura não ter passado "muito tempo a conhecer os meandros políticos de Washington". "Mas passei o tempo suficiente para saber que a forma de fazer política em Washington deve mudar", declarou na altura. Os seus adversários tentaram jogar, sem êxito, com a inexperiência governativa de Obama para impedir que se impusesse em todo o processo eleitoral.Devido à sua história pessoal, Obama é visto por muitos como unificador. Nasceu em Honolulu (Havai) a 04 de Agosto de 1961, quando o seu pai, um economista queniano, e a mãe, antropóloga norte-americana do Kansas, estudavam na universidade do Havai. Os pais separaram-se quando Obama tinha dois anos e, com o casamento seguinte da mãe, foi viver para Jacarta (Indonésia) durante quatro anos, voltando ao Havai aos 10. Formou-se em Relações Internacionais na Universidade de Columbia em 1983 e em Direito em 1991 em Harvard, onde foi o primeiro afro-americano presidente da prestigiada Harvard Law Review. Antes de chegar ao Senado dos Estados Unidos, Obama esteve sete anos no Senado do Illinois, depois de ter trabalhado como organizador da comunidade e advogado de direitos civis. É num escritório de advogados que encontra a sua futura mulher, Michelle, mãe das duas filhas, Malia, de 10 anos, e Sasha, de sete. Em 1992, organizou uma das maiores inscrições de votantes na história de Chicago para ajudar Bill Clinton nas eleições desse ano, mas foi na convenção do partido democrata no Verão de 2004 que roubou o protagonismo ao candidato à presidência, John Kerry, com um discurso simples. "Não há uma América negra, uma América branca e uma América hispânica: há os Estados Unidos da América", disse Obama. Obama reafirma hoje querer ser o presidente daquela reconciliação e reivindica a herança de Martin Luther King, o apóstolo dos direitos cívicos, e do presidente John Kennedy (1961/1963), a quem é comparado em termos de juventude e sedução. Além de inexperiente e ingénuo, já foi acusado de elitista, de esquerdismo por estar desde o início contra a guerra no Iraque, defender o direito ao aborto ou opor-se à nomeação de conservadores para o Supremo Tribunal. Mais recentemente foi acusado pelos rivais republicanos de ser amigo de terroristas por conhecer Bill Ayers, militante de esquerda e fundador de um movimento violento nos anos 1960. Obama conheceu Ayers em 1995 e cruzaram-se até 2002 em reuniões de duas fundações a que ambos estiveram ligados. O agora professor universitário, de 63 anos, vive no mesmo bairro do candidato presidencial em Chicago. A 29 de Agosto, na convenção onde foi nomeado candidato democrata por aclamação, Obama prometeu acabar em 10 anos com a dependência dos Estados Unidos face ao petróleo do Médio Oriente e baixar impostos a 95 por cento das "famílias trabalhadoras". "É esta a mudança de que precisamos", declarou no encerramento da convenção em Denver. Muitos norte-americanos, segundo as sondagens, parecem acreditar em Obama ou precisam de acreditar, sobretudo depois dos efeitos violentos da crise financeira, cuja responsabilidade é atribuída em parte à administração republicana. Naquele mesmo discurso, o candidato democrata prometeu também acabar com a "guerra irresponsável no Iraque (...) terminar a luta contra a Al-Qaida (...) apostar numa diplomacia directa capaz de impedir que o Irão tenha poder nuclear". Hoje, o discurso de Obama alterou-se algo, face sobretudo às mudanças na conjuntura mundial, a braços com uma crise económica e financeira sem precedentes desde os anos de 1930, mas os pressupostos que definiu nos seus discursos de campanha continuam presentes. Manteve as promessas de encerrar o centro prisional de Guantanamo, em Cuba, de retirar o mais rapidamente possível as tropas norte-americanas do Iraque e de reforçar o envolvimento dos Estados Unidos no Afeganistão. A partir de terça-feira, terá em braços mais uma crise no Médio Oriente, com as tropas israelitas a manterem uma operação em Gaza - se bem que aparentemente em vias de resolução parcial. Com uma equipa que inclui na secretaria de Estado a sua antiga rival democrata Hillary Clinton e na secretaria da Defesa Robert Gates, que transita da administração Bush, Obama parece estar armado de trunfos que pesarão na forma como terá que lidar com o Congresso. Resta agora saber como a sua política económica poderá aliviar a situação de crise interna e como as suas decisões em termos de política externa poderão fazer diminuir os protestos nos Estados Unidos contra o envolvimento em cenários de guerra e voltar a cativar os aliados internacionais que a antiga administração de George W. Bush, por vezes, alienou.

Sem comentários: